sábado, 3 de abril de 2010


INVISÍVEL...


Pensando seriamente em mudar meu nome virtual para "Invisível Mulher"...
Muita gente olha para mim, mas ninguém consegue enxergar a profundidade da minha busca, do meu desamparo, da minha solidão.
A necessidade de encontrar um desvio na trilha da solidão para não entristecer na vida, esta se tornando um desafio para continuar a minha jornada nesse mundo onde me sinto cada vez mais desprotegida de tudo e de todos.
Quero colo, alguém que me console, enxugue minhas lágrimas mas ninguém consegue, talvez pelo meu jeito de ser, enxergar essa carência em mim.
Me sinto uma verdadeira tragédia grega ambulante....é quente ou frio, morno, jamais, intensidade deveria ser meu sobrenome....não aguento mais padecer de tanta solidão...chegando a conclusão que a humanidade em sua grande maioria cada vez mais sofre desse mal anonimamente e poucos tem a coragem de dar esse grito....mas a realidade é que todos, somos muitos solitários...
A vida é realmente feita de momentos, momentos eternos...eternas fontes de prazer, e não importa se o infinito é finito, se o eterno tem fim. ...
Pois é... a vida é assim mesmo, o pior é que quando finalmente aprendemos a viver, normalmente já não temos tanto tempo para tal...
Dia desses até falava com uma amiga minha sobre as mudanças e "perdas" que enfrentamos na vida. Cheguei à triste conclusão que não perdemos nada, a nossa vida é que não precisa mais do que foi deixado para trás. Sejam crenças, hábitos, pessoas... Só nos resta saber deixar para trás o que passou e receber o novo de braços abertos...mas como aprender a abrir os braços, alguém me ensina?
A gente só tem olhos para o que mostra a nossa janela.
Martha Medeiros escreveu em uma das suas cronicas: "Nunca a janela do outro, o que a gente vê é o que vale. Não importa que alguém bem perto esteja vendo algo diferente. A mesma estrada, para uns, é infinita, e para outros, curta.
Para uns, o pedágio sai caro; para outros, não pesa no bolso.
Boa parte dos brasileiros acredita que o país está melhorando, enquanto que a outra perdeu totalmente a esperança.
Alguns celebram a tecnologia como um fator evolutivo da sociedade, outros lamentam que as relações humanas estejam tão frias que nem vale a pena acreditar na humanidade.
Uns enxergam nossa cultura estagnada, outros aplaudem a crescente diversidade.
Cada um gruda o nariz na sua janela, na sua própria paisagem".
Talvez sofra tanto e seja tão mal compreendida, porque como poucos eu costumo dar uma espiada no ângulo de visão do vizinho. Fazer isso me deixa menos enclausurada nos meus próprios pontos de vista, mas, em contra partida, me tira a certeza de tudo. Dependendo de onde esteja me posicionando, a razão pode ate estar do meu lado, mas a perco assim que troco de lugar com alguém.
Só possuindo uma visão de 360 graus para ter a pretensão de me achar sabia, e a sabedoria recomenda que eu fale menos, que bata menos o martelo e que seja menos enfática no meu jeito de ser, agir e pensar, pois tenho a humildade suficiente para reconhecer e aceitar que todos estão certos e todos estão errados em algum aspecto de qualquer analise ou julgamento que façamos.
Ai é que reside o triunfo da dúvida.
Eu diria que essa minha interpretação sobre a solidão é uma maneira menos melancólica de encarar minhas perdas e derrotas.
Tudo é tão transitório...deve valer a pena olhar para a vida com vontade de viver cada momento com maior intensidade. Sei ou melhor, tenho certeza que devo me abrir às mudanças, às novidades, às experiências... Enfim, neste momento, estou cansada...cansada ate de mim mesma.
Eu bem que poderia escrever um pouco mais... sobre viver com intensidade....ai, como esta sendo difícil, só de pensar e tentar, me cansa, porque não vai me levar a nada.
Não posso me estressar, meu cardiologista, meu ortopedista, minha fisioterapeuta, minha fisiatra e minha dermatologista já disseram isso inúmeras vezes. Mas não consigo ser diferente do que sou, e não sendo como sou é viver de maneira superficial; é não sentir a vida; é não tentar sentir as pessoas; é não viver com intensidade de alma, de espírito. É não viver!
Se tudo isso que hoje vivo não for amor é da mesma família. Pois o que sobrou é o que sobra dos corações abandonados. A carência, a saudade, a mágoa. Um quase desespero, uma espécie de avião em queda que a gente sabe que vai se estabilizar, só não sei se vai ser antes ou depois de se chocar contra o solo.
Por isso expresso em palavras os desejos da alma...mas, nada digo de novo...Muitas vezes revisto...coloco um adereço nas idéias fervilhantes para não banalizar...não mediocrizar...fazer pensar...e muitas vezes me pergunto por QUÊ?
Muitas vezes finjo que entendo...e com olhar de paisagem até digo: Obrigada!
Não tenho PASSADO nem futuro...nem minh'alma mais tenho...O NADA, é a minha única companhia e a única certeza que tenho é que sou um coração batendo no mundo.